Seria possível conseguir o canto perfeito do canário de canto timbrado espanhol? Atingir a
pontuação máxima do código de canto? Essa é uma pergunta que não tenho resposta!
A pergunta fica no ar para comentários e contribuições dos amigos.
Por aqui no Brasil ainda estamos iniciando nesta arte dos timbrados, mas já temos alguma coisa para mostrar. Principalmente depois das importações dos últimos anos.
O Brasil ainda fará muito pelo canário timbrado espanhol e com certeza eu estarei lá para presenciar estes momentos. Estes canários também ainda trarão muita alegria para nós criadores brasileiros. Entre eles eu já me sinto muito feliz por apreciar esta arte e serei um eterno apaixonado por este pássaro.
Enquanto isto, nos cabe o empenho no estudo e entendimento dos conceitos, técnicas, regras e práticas que nos ajudarão a selecionar um canário timbrado com o canto campeão do Brasil.
Com este propósito estarei passando aqui um pouco do código de canto para fomentar o aprendizado e melhor entendimento sobre as notas de canto.
Vamos fazer um resumo do código de canto com as formas fonéticas das notas e a apresentação do áudio correspondente, para facilitar o entendimento e aprendizagem.
Hoje não falaremos dos defeitos. Mostraremos apenas os giros positivos.
Também quero ressaltar que não tenho a pretensão de apresentar todo o código ou de tornar findo os conceitos e entendimentos apresentados. Se trata apenas da minha percepção de parte do texto do código, que apresenta as notas de canto do timbrado espanhol.
Esclarecido isto, vamos à apresentação das notas de canto do canário timbrado espanhol:
Timbres:
Os timbres são giros de ritmo contínuo, com sonoridade metálica e de texto fonético limitado. Faz parte da base canora da espécie serinus canaria. Sua estrutura onomatopeica é formada pela consoante "r" e vogal "i" (ex: riririririririri...). O termo limitado acima significa dizer que o canário sempre vocalizará esta tour com a consoante "r" e a vogal "i". Esta nota não muda e sempre será vocalizada com esta estrutura. Poderá haver diferença de timbre entre um canário e outro e a dicção e a qualidade da voz também influenciará muito na qualidade da tour.
Variações rodadas:
As variações rodadas são giros de ritmo contínuo de sonoridade metálica ou oca. Apresentam texto fonético limitado e a estrutura onomatopeica é formada pela consoante "r" e vogais "e", "o" ou "u". (ex: rerererere... / rororororo... / rururururu...). A rodada, assim como o timbre é uma nota comum nos canários, por serem a base do canto da espécie. Nos exemplares de canto floreado estas notas foram retiradas do repertório, através de manejo e apuração genética, para consolidar um novo seguimento de canto. Se tratam de notas comuns, mas se bem vocalizadas enfeitam o canto e também pode ser bem valoradas, como é o caso da rodada que pode chegar a 19 pontos na planilha de julgamento. Vale lembrar também que nos timbrados originais planilha C.O.M. estas notas são trabalhadas para não ficarem esteriotipadas no canto, mas para manter o equilíbrio da canção e manter o exemplar no seguimento original.
Timbres de água:
O giro timbre de água é um giro semicontínuo considerado de sonoridade aquosa. O som é considerado aquoso pela sensação do som de água emitido juntamente à nota. com texto fonético limitado, formado pelas consoantes "B" ou "G" mais a consonante "L" e a consonante "W" ligadas à vocal "I" (ex.: blibliblibli... / Gligligli...). Apesar de ter ritmo de emissão semicontínuo, a vocalização adequada é aquela que nos permite perceber claramente as consonantes e as vogais típicas do giro. Sendo um pouco mais lento é possível perceber mais claramente a vocalização da nota. À medida que se torna mais acelerado, perde na qualidade da dicção e no som de água. Neste caso o giro se torna menos valorizado, pois é a sonoridade aquosa que dá o efeito ao timbre.
Cascavel:
O giro Cascavel é também um giro de ritmo semicontínuo, de sonoridade metálica e que possui texto fonético limitado. É composto pelas consonantes "L" e "N" e pela vogal "I" (ex.: linlinlinlin...). Assim como o timbre de água é um giro especializado. Entretanto no caso do giro cascavel, a característica do som é metálico com a latência de uma pequena campainha. O som é característico de um instrumento espanhol chamado cascavel ou pequena campainha. A sensação de campainha atrelada à nota se dá pela consoante "N" no final da vocalização do giro.
Floreios:
Os Floreios são giros de ritmo semicontínuo, de sonoridade metálica ou oca. Possui texto fonético ilimitado. O que significa que os giros podem ser vocalizados com qualquer consoante e vogais. Os floreias são ilimitados e podem ocorrer nas formas mais variadas possíveis.
Dentro do código de canto do timbrado espanhol os floreios são uma das notas com maior pontuação recebendo até 27 pontos.
Floreios Lentos:
Os floreios lentos são assim como os floreios. Possuem sonoridade oca ou metálica e possuem texto fonético ilimitado. A diferença entre os dois giros se apresenta no ritmo de emissão, pois no caso dos floreios lentos, como o nome já diz, se trata de ritmo descontínuo. Com uma das pontuações mais alta do código de canto, 27 pontos, os floreios lentos são a parte mais apreciada no canto do canário. Sua vocalização, melodia e diversidade na estrutura fonética, nos encanta a cada apresentação.
A tour campainha é um giro de ritmo descontínuo, que possui sonoridade metálica e texto fonético relativamente limitado. Dizemos isto por apresentar terminação vocal com a consoante "N", NK" ou "NG". A consoante "N" é a vocalização que confere à nota a sensação de estar ouvindo uma campainha. A nota com a terminação "NK" é mais desejada, pois as características sonoras da tour campainha tem maior probabilidade de apresentar fanhosidade ou nasalidade e quando vocalizada na terminação "NG" esta probabilidade aumenta (ex: tan tan tan.../ tonk tonk tonk.../ tang tang tang...).
Uma nota interessante:
No brasil é comum sermos procurados por criadores mais velhos ou no interior do País e sermos perguntados se temos o "canário campainha". Não conheço a origem do termo, mas imagino que isto possa estar ligado a canários estereotipados e que tinham a campainha no repertório.
Cloqueios:
Os Cloqueios são giros de canto que podem ser emitidos tanto na forma descontínua como semicontínua. São os de ritmo descontínuo que mais se assemelham ao som característico do cacarejo da galinha, de onde vem a referência do nome desta nota. São mais valorados os sons mais descontínuos. São giros de sonoridade oca e texto fonético limitado, sendo formados pelas consoantes "C, L, K" e pelas vogais "O, U" (ex.: clo clo clo... / clu clu clu.../ clok clok clok...).
Catanholas:
A nota de canto Castanhola é de ritmo semicontínuo, de sonoridade oca e texto fonético limitado. É uma nota composta pelas consoantes "C, L e K" e vogal "A" (ex: clak clak clak.../ cla cla cla...). O "CH" não é desejado nesta tour. A estrutura fonética desta variação se se assemelha muito à estrutura dos Cloqueios. Entretanto nas Castanholas, o som é emitido em ritmo semicontínuo e geralmente é mais acelerado que os Cloqueios. O texto fonético das Castanholas possui a vogal "A", já nos Cloqueios as vogais são "O ou U".
Assim como algumas outras notas de canto, o giro Castanhola possui este nome pela semelhança do som ao típico e tradicional instrumento musical do folclore espanhol.
